Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que seis em cada 10 empresas possuem uma área dedicada à sustentabilidade. Esse número representa um aumento significativo em relação ao ano anterior, quando apenas 34% dos entrevistados afirmaram ter uma área específica para lidar com questões sustentáveis. Os resultados foram divulgados durante a COP 27, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em novembro de 2022.
Além disso, a pesquisa mostrou que a preocupação com o impacto na cadeia produtiva também aumentou. Cerca de 45% dos empresários disseram que exigem certificados ambientais de seus fornecedores e parceiros ao fechar contratos, em comparação com 26% no ano anterior. Da mesma forma, 52% das indústrias afirmaram ter sido solicitadas a comprovar suas ações ambientalmente sustentáveis ao serem contratadas, em comparação com 40% em 2021.
Decisão de compra
O estudo também indicou que os critérios ambientais têm um peso cada vez maior na decisão de compra dos consumidores. Em um ano, o número de empresários que consideram alto ou muito alto o impacto desses critérios na decisão de compra de seus consumidores aumentou de 20% para 35%. No entanto, na prática, apenas uma em cada 10 empresas relatou ter deixado de vender algum produto por falta de certificação ou não cumprimento de requisitos ambientais.
A pesquisa revelou que os investimentos em sustentabilidade estão em crescimento. Metade das indústrias aumentou os recursos destinados à sustentabilidade nos últimos 12 meses, de acordo com os executivos. Além disso, 69% dos entrevistados afirmaram que os recursos financeiros para implementar ações de sustentabilidade em suas indústrias aumentarão nos próximos dois anos. Esse percentual era de 63% no ano anterior.
Por que investir em sustentabilidade?
Os principais motivos citados pelos empresários para investir em sustentabilidade são a redução de custos, o aumento da competitividade e o cumprimento de exigências regulatórias. No entanto, os entrevistados também apontaram obstáculos, como a falta de incentivos governamentais, a falta de cultura de sustentabilidade no mercado consumidor e o fato de que a sustentabilidade pode representar custos adicionais no processo produtivo.
A pesquisa entrevistou executivos de 1.004 empresas industriais de todos os portes e regiões do Brasil. O acesso ao crédito para ações sustentáveis foi considerado difícil pela maioria dos entrevistados, que recorrem mais ao setor privado do que a incentivos externos para financiar essas ações.
A pesquisa também destacou que a maioria das indústrias adota ações para reduzir a geração de resíduos sólidos e que o uso de fontes renováveis de energia é o principal foco de investimento sustentável para os próximos dois anos.
Sustentabilidade é o DNA da indústria
A indústria brasileira está assumindo a responsabilidade com a agenda ambiental e trabalhando para se tornar uma referência no uso sustentável dos recursos naturais. A sustentabilidade está se tornando parte do DNA da indústria, impulsionada pela busca por eficiência, economia de recursos e atendimento às demandas do mercado internacional. A indústria privada está alinhada com os acordos internacionais e tem interesse em promover a responsabilidade ambiental do Brasil, ressaltou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
A pesquisa Sustentabilidade e Liderança Industrial da CNI foi encomendada à FSB Pesquisa e entrevistou executivos de empresas industriais de todos os estados brasileiros.
(Com informações do Portal da Indústria)