Há décadas, os testes em animais têm sido empregados como método de segurança para a aprovação de produtos e cosméticos destinados ao consumo humano. No entanto, por trás dessa prática, existe um viés de especismo que considera os seres humanos superiores a outras espécies, permitindo a exploração e submissão de animais em benefício próprio.
Essa abordagem de testagem é aplicada a uma variedade de produtos, predominantemente cosméticos de beleza e itens de higiene, mas também medicamentos, pomadas, vacinas e até produtos de limpeza doméstica. Os testes têm o intuito de avaliar as reações prejudiciais que esses produtos possam causar aos organismos.
Teste Draize/Teste de irritação ocular
Normalmente conduzido em coelhos, esse teste envolve a imobilização do animal para a aplicação de substâncias diretamente em seus olhos. Pode causar dor, vermelhidão na córnea, inchaço, hemorragias oculares e até cegueira.
Teste de irritação cutânea
Nessa abordagem, os animais têm seus pelos raspados e a pele levemente esfolada para aplicação do produto. Após dez a quinze dias, observa-se a presença de danos na pele. Possíveis efeitos incluem vermelhidão, coceira, irritação, inflamações e queimaduras.
Teste de fototoxicidade
Similar ao teste de irritação cutânea, os pelos dos animais são raspados e o produto é aplicado, mas desta vez a pele é exposta aos raios ultravioletas para avaliar se o produto reage negativamente à exposição solar. Isso pode resultar em vermelhidão, descamação e queimaduras na pele.
Teste de toxicidade
Considerado um dos testes mais cruéis, os animais são forçados a ingerir o produto por meio de um tubo que vai até o estômago. Macacos são frequentemente utilizados, devido à similaridade anatômica com humanos. Os efeitos incluem dor, convulsões, diarreia, hemorragias e lesões internas, sendo o objetivo final levar o animal à morte para determinar a dose máxima tolerável. Conhecido como DL50 (Dose Letal 50%), cerca de metade dos animais envolvidos morre, enquanto o restante é sacrificado.
Caminhos para eliminar os testes em animais
Se os sentimentos de repulsa, tristeza e revolta foram despertados por essa realidade, ação é essencial. Informe-se sobre empresas que não realizam testes em animais e torne-se um consumidor consciente.
Denuncie empresas que não adotam métodos alternativos de teste ao Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal (CONCEA).
Afinal, Testes em Animais são Proibidos no Brasil?
A resposta é: AINDA não. No entanto, após inúmeros protestos e petições, o CONCEA publicou uma resolução em 22 de outubro de 2019, reconhecendo o uso de métodos alternativos validados para reduzir, substituir ou refinar o uso de animais em atividades de pesquisa.
Iniciativa #SAVERALPH
A Sociedade Internacional Humana lançou um curta-metragem em 6 de abril de 2021 que lança luz sobre a vida de um animal de testes. O objetivo é conscientizar sobre o uso de cobaias em testes de cosméticos e produtos farmacológicos. O curta apresenta um coelho chamado Ralph, humanizado, que narra seu cotidiano como cobaia, expondo práticas de teste e suas consequências físicas e psicológicas.
Empresas que abraçam a causa
A alternativa para não compactuar com esses testes é escolher produtos sustentáveis. Além de respeitar o meio ambiente, esses produtos não são testados em animais.
Empresas como Natura, Da Horta, Granado, Quem disse Berenice, Jequiti, L’aqua di Fiori, Água de Cheiro e Contém 1G estão entre as que não realizam testes em animais.
A conscientização e ação podem interromper essa prática prejudicial, encaminhando-nos a um futuro de respeito por todas as formas de vida.
Com informações Meio Sustentável.