Apesar de indispensável no dia a dia, muita gente ainda ignora o uso diário do protetor solar e acaba usando-o somente no verão.
Esse dado pode ser confirmado por uma pesquisa, liderada pelo consultor e pesquisador em Cosmetologia, Lucas Portilho, que também é diretor científico do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele. A pesquisa revela que 60% da população não utiliza nenhum tipo de fotoproteção diariamente.
Por este motivo, muitas pessoas acabam ficando com protetores solares de anos anteriores guardados, e aí surge a dúvida se podem utilizar o mesmo produto ou não. “O filtro solar pode ser utilizado de um ano para o outro, desde que esteja dentro da validade e em perfeito estado de armazenamento, que não tenha sofrido variações intensas de temperatura e não apresente grumos, mudança de cor, cheiro, textura ou esteja liquefeito”, destaca a dermatologista Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. “Mas se o paciente usar diariamente o fotoprotetor, essa pergunta não fará mais sentido, uma vez que ele terminará com o produto muito antes”, acrescenta.
Proteção sempre!
De acordo com a médica, não é aconselhável a exposição solar sem fotoproteção, mesmo nos horários recomendados. Mesmo que a pele ainda não apresente vermelhidão ou sensibilidade local, o sol estará agindo sobre ela. O mesmo vale para os dias chuvosos, frios ou nublados, afinal, mesmo que não esteja visível, o sol sempre estará lá. Para se ter uma ideia, mesmo em um dia totalmente encoberto, a radiação UV só é bloqueada em 30%.
Qual o fator de proteção que devo usar no dia a dia?
O filtro solar deve ter FPS de no mínimo 30. Os estudos afirmam que um FPS 15 consegue filtrar 93% dos raios UVB do sol, enquanto o FPS 30 filtra 97%. A partir desse valor (FPS 50, 70 ou mais), a diferença é mínima com relação ao UVB, mas como a legislação brasileira exige que a proteção contra UVA seja de pelo menos 1/3 do FPS, a proteção contra essa radiação aumenta. Como nenhum protetor solar pode filtrar 100% dos raios UVB do sol, usar roupas com FPS e chapéus também ajudam na proteção.
A quantidade a ser aplicada, de acordo com as recomendações mundiais, é de dois miligramas por centímetro quadrado, ou seja, mais ou menos uma colherzinha de café. “Tem que passar o filtro solar até que essa camada cubra toda a área e dê aquela sensação de que existe um conforto e uma cobertura homogênea. No rosto é importante aplicar até a raiz do cabelo, na região pré-auricular, bem pertinho da dobra da orelha, sem esquecer pescoço, nuca e orelhas, quando ficar em exposição ao sol em locais como praia, piscina ou durante a caminhada, porque são áreas que frequentemente sofrem queimaduras, mesmo no inverno”.
A médica orienta ainda para não esquecer de usar o protetor solar na região do pescoço e do colo (para os homens o V da camisa), que acaba sendo uma área muitas vezes ignorada e, por conta disso, é comum ocorrer a demarcação da linha do fotoenvelhecimento e o aparecimento das queratoses actínicas, que são lesões do tipo pré-câncer.