A indústria da moda é a segunda mais poluente do mundo, perdendo apenas para a petrolífera. Dados da Agência Brasil estimam que 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis foram descartados nos últimos anos. O poliéster, material mais usado na produção de roupas e itens de cama, mesa e banho, é um dos principais vilões.
Recentemente, a marca de Sasha Meneghel, Mondepars, foi criticada por usar poliéster em sua coleção de estreia. A jornalista Alexandra Farah, especializada em moda e sustentabilidade, destacou que o poliéster é derivado do petróleo, uma fonte de energia não renovável, e apresenta um significativo impacto ambiental desde a produção até o descarte.
Além do poliéster, outros materiais como a poliamida (nylon) e até mesmo o algodão não são considerados sustentáveis. Paulo Cristelli, gerente de sustentabilidade do Instituto Focus Têxtil, explica que o algodão, apesar de ser uma fibra natural, envolve o uso de agrotóxicos no cultivo, consumo excessivo de água e processos de tingimento com produtos químicos tóxicos.
Então, o que torna um processo têxtil sustentável?
Segundo o “Relatório Brundtland”, publicado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1987, é preciso garantir acesso equitativo aos recursos ameaçados e reorientar os esforços tecnológicos para aliviar a pressão sobre o meio ambiente.
Alexandra Farah destaca cinco pilares do “Relatório Brundtland” focados na cadeia fashion:
- Uso de energia limpa e renovável;
- Administração eficiente da empresa, gerando riqueza a todos os envolvidos;
- Uso mínimo de água e retorno limpo para o planeta;
- Condições dignas de trabalho aos trabalhadores;
- Uso de matérias-primas recicláveis e seguras.
Entre as matérias-primas de menor impacto ambiental, estão o algodão orgânico, o algodão da Paraíba e fibras de origem vegetal, como a madeira, a laranja e o cânhamo. Tecidos feitos a partir de plásticos reciclados também podem ser considerados eco-friendly, desde que descartados adequadamente.
Mas como consumir de forma consciente? Algumas boas práticas incluem:
- Comprar em brechós;
- Transformar roupas antigas em novas peças (upcycling);
- Descartar corretamente em cooperativas;
- Doar peças em bom estado para ONGs e pontos de coleta;
- Alugar, emprestar ou trocar roupas através de plataformas digitais;
- Participar de programas de troca oferecidos por marcas.
Lembre-se: os produtos que escolhemos comprar impactam diretamente no meio ambiente. Faça sua parte e contribua para um futuro mais sustentável!
Com informações de: GShow