Se você está apenas começando uma rotina de cuidados com a pele provavelmente passou a prestar mais atenção nos rótulos e componentes de produtos cosméticos, e com certeza já se deparou com o termo “não comedogênico”.
Para entender seu significado, primeiro é preciso definir o que é um comedão. Comedões são, basicamente, poros entupidos. Eles podem ser uma forma inicial de acne, um cravo escurecido (comedão aberto) ou um cravo branco, como pequenas bolinhas por debaixo da pele (comedão fechado).
Um produto comedogênico é aquele que tem a tendência de entupir os poros, causando leves inflamações e acúmulo de sebo. Sendo assim, os produtos “não comedogênicos” costumam ser recomendados para pessoas com tendência à acne ou pele mista a oleosa, já que possuem uma fórmula mais leve e provavelmente com menos ingredientes oleosos.
De onde vem esse conceito?
O conceito de comedogenicidade, ou seja, o grau em que um ingrediente é comedogênico, surgiu ao mesmo tempo que a “descoberta” da acne causada por cosméticos.
Os primeiros experimentos de comedogenicidade foram feitos em orelhas de coelho, já que elas são muito mais propensas à formação de comedões do que a pele humana. Se algo for não-comedogênico, no teste utilizando a orelha de coelho, a probabilidade de ser comedogênico em humanos é ainda menor. Até hoje este tipo de teste é utilizado pela indústria, mas outras formas têm sido estudadas por conta da controvérsia com relação aos testes em animais.
Como saber se um produto pode causar acne ou não?
É através do teste de comedogenicidade que instituiu-se uma “escala comedogênica”. Trata-se de uma tabela contendo ingredientes cosméticos comuns, naturais ou sintéticos, cujos parâmetros vão de 0 a 5, sendo 0 para não comedogênico e 5 para altamente comedogênico. A rigor, os produtos acima de 2 ou 3 já são considerados comedogênicos.
Infelizmente essa escala não é padronizada entre estudos e empresas, já que não existem critérios suficientes para analisar a comedogenicidade. A maioria dos estudos nessa área são qualitativos, e não quantitativos. Além do mais, um ingrediente altamente comedogênico pode não causar esse problema se estiver em pequena quantidade na formulação ou combinado a outros ativos.
Infelizmente, ainda não dá para saber exatamente quanto de um determinado ingrediente contém no produto, mas é possível estimar observando as listas de ingredientes da formulação, que devem ser escritas da maior para a menor concentração. Se o ingrediente sabidamente comedogênico não estiver entre os sete primeiros, provavelmente não será um problema.
Além disso, não é porque um produto afirma ser não-comedogênico que ele está totalmente livre de ingredientes que podem causar cravos e espinhas. A decisão de definir um produto como “não-comedogênico” ainda depende inteiramente do critério das empresas de cosméticos. Por isso, para evitar produtos com ingredientes comedogênicos, o ideal é observar se ele está no topo da lista de ingredientes. Outra dica é procurar produtos para o cuidado da pele que sejam livres de óleo e manteigas e, além da nomenclatura não-comedogênica, optar por maquiagens em pó.