Maior órgão do corpo humano, a pele está constantemente exposta a diferentes tipos de agressões que muitas vezes nem imaginamos.
Pesquisas recentes mostram que os poluentes são responsáveis por potencializar problemas na pele como falta de viço, manchas, inflamações e até rugas. Quem vive nos grandes centros urbanos, onde a concentração de poluentes é maior, pode sofrer ainda mais com a ação dessas substâncias.
Os poluentes são divididos em primários – que são os materiais particulados e gases – e secundários, que são as substâncias formadas espontaneamente através de reações fotoquímicas entre radiações UV (como as emitidas pelo sol), calor e as substâncias poluentes primárias.
Para saber como se proteger dessas agressões, entenda quais são os principais agentes e saiba como evitar os danos causados por eles:
Ftalatos
Os ftalatos são um conjunto de substâncias capazes de tornar plásticos rígidos em plásticos maleáveis. E essas substâncias, muitas vezes, podem ser encontradas em cosméticos e produtos de higiene pessoal. Neste caso, eles são descritos nas embalagens como phthalates, dibutylphthalate (DBP), dimethylphthalate (DMP), diethylphthalate (DEP). Eles podem ser descritos com nomes em português também, tais como butila, benzila, dibutila, diciclohexila, dietila, diisodecila, di-2-etilexila e dioctila.
A exposição aos ftalatos pode prejudicar a função da barreira cutânea, além disso, essa substância pode trazer problemas à saúde, incluindo danos ao fígado, aos rins e ao pulmão, bem como anormalidades no sistema reprodutivo, sendo ainda classificados como “prováveis carcinogênicos humanos”.
Matéria particulada
Trata-se de uma mistura complexa de partículas que ficam suspensas no ar. Elas são produzidas por diversas atividades e as principais fontes vêm de incêndios, instalações industriais, usinas de energia e escapamentos de veículos. As matérias particuladas podem ser divididas em três tipos: ultrafinas, finas e grossas.
A exposição constante a essa mistura está diretamente associada às taxas de morbidade e mortalidade, além de evidências crescentes das consequências negativas dos poluentes particulados na pele humana, principalmente em pessoas com dermatite atópica.
Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP)
O nome pode ser complicado, mas essa substância está presente na poluição ambiental e demonstrou causar sérios efeitos cancerígenos.
A maioria dos HAPs externos são derivados de alcatrão de carvão, da queima do diesel e da fumaça de cigarro, e podem ser facilmente absorvidos não apenas por inalação mas também através da derme.
Um estudo examinou a associação entre o envelhecimento da pele e a poluição do ar, avaliando clinicamente mulheres que vivem em áreas urbanas e rurais na Alemanha. Os resultados demonstraram que a exposição à poluição ambiental está diretamente relacionada ao envelhecimento extrínseco da pele, em particular hiperpigmentação e rugas. Também descobriram que a exposição à fuligem, uma mistura de partículas de carbono cobertas com HAP, estava associada a um aumento de 20% no aparecimento de hiperpigmentação na testa e nas bochechas. Estudos utilizando aplicação tópica de HAP em camundongos resultaram no aparecimento de papilomas e três tipos de carcinoma, favorecendo a tumorigênese.
Ozônio e dióxido de nitrogênio
Estudos mostraram que o ozônio pode ter um efeito maléfico na saúde da pele, pois a exposição à substância resulta no esgotamento das vitaminas C e E. Foi demonstrado ainda, que a adição dessas vitaminas são capazes de impedir a oxidação, protegendo a pele do chamado estresse oxidativo.
Pesquisas demonstram também que o contato com a poluição rica em ozônio corresponde para o aumento no índice de doenças de pele como urticária, eczema, dermatite de contato e demais infecções cutâneas.
Como se proteger?
Uma das indicações dos cientistas é seguir uma rotina de cuidados, utilizando diariamente produtos para a limpeza, tonificação, hidratação e fotoproteção.
Existem produtos no mercado que contam com ativos antipoluição, que formam uma barreira física ou química, protegendo a pele ou reparando os efeitos causados pela agressão externa das grandes cidades. Esses cosméticos devem incorporar níveis adequados de antioxidantes, propiciar ação de limpeza, equilibrar os níveis naturais de oleosidade e água na pele, oferecer barreira de proteção, possuir propriedades hidratantes além de normalizar o pH e fortalecer a flora microbiológica cutânea.
Os ingredientes mais comuns e eficazes no combate ao estresse oxidativo são as
vitaminas antioxidantes C e E, o ácido ferúlico, a coenzima Q10, extratos
vegetais, os chás verde e branco, o resveratrol, oligoelementos e o ácido alfa
lipóico. Na dúvida, consulte um médico dermatologista, que saberá indicar os
produtos ideais para o seu tipo de pele.