Em meio a um cenário fashion marcado pelo consumo descartável e exploração de recursos naturais, surge uma marca indonésia que está redefinindo o conceito de moda responsável. A SukkhaCitta, liderada pela economista Denica Riadini-Flesch, de 33 anos, produz roupas artesanais em áreas rurais da Indonésia, colocando as mulheres locais no centro do projeto.
As artesãs da SukkhaCitta são verdadeiras guardiãs da herança cultural de suas comunidades. Mais do que preservar técnicas tradicionais, a marca busca empoderar essas mulheres através da educação e autonomia financeira. São elas as responsáveis por todo o processo produtivo, desde o cultivo do algodão até a costura final das peças.
O diferencial da SukkhaCitta está em sua cadeia de vestuário regenerativa. A produção utiliza técnicas agrícolas tradicionais que já recuperaram mais de 30 hectares de terras degradadas, além de tingimento com corantes 100% naturais e algodão cru com rastreabilidade. Tudo isso alinhado à preocupação com a qualidade de vida das artesãs e suas famílias.
Riadini-Flesch faz questão de se distanciar do discurso de “moda sustentável” que, muitas vezes, não passa de greenwashing. Para ela, o termo mais adequado é “moda responsável”, que vai além da tendência de marketing e assume a responsabilidade pelos impactos gerados.
O trabalho da SukkhaCitta não só valoriza o papel das mulheres na indústria têxtil, como também promove a equidade de gênero dentro das comunidades. Com o apoio financeiro e de visibilidade dado pela Rolex através do Prêmio Rolex de Empreendedorismo 2023, a marca tem planos ambiciosos de expandir seu impacto até 2030, envolvendo 10 mil pessoas e regenerando 1.000 hectares de terra.
A história da SukkhaCitta é prova de que é possível fazer moda de forma ética, sustentável e socialmente responsável. Ao dar visibilidade às artesãs indonésias e valorizar seu trabalho, a marca não só inova no mercado fashion, mas também inspira uma mudança de paradigma na indústria como um todo.
Com informações de: Um Só Planeta