Uso de protetor solar pode provocar danos para a vida marinha

­­Usar protetor solar para ir à praia é importante na proteção da pele contra os raios nocivos do sol, porém, alguns ingredientes contidos nas fórmulas desses produtos podem contribuir para a destruição dos recifes de corais.

Fernanda Correia

Usar filtro solar é uma das recomendações clássicas para manter a pele saudável. Os protetores solares são capazes de prevenir contra os males provocados pela exposição aos raios ultravioleta, como o câncer de pele, queimadura solar e envelhecimento precoce.

O problema é que muitos desses produtos contêm Oxibenzona, uma substância química também conhecida como BP-3 ou benzofenona-3, que ajuda a barrar os raios nocivos à pele, mas que, por outro lado, pode prejudicar os recifes de corais.

Um artigo científico publicado em 2015 na revista Archives of Environmental Contamination and Toxicology fez o alerta para esta questão. O estudo intitulado Efeitos Toxicopatológicos do Filtro de Protetor Solar UV Oxibenzona (Benzofenona-3) nas Plânulas de Corais e Células Primárias Cultivadas, e a Contaminação Ambiental no Havaí e nas Ilhas Virgens Americanas, examinou o efeito da Oxibenzona sobre os corais e identificou um crescente branqueamento nos locais onde havia uma grande concentração desta substância.

A pesquisa foi conduzida por uma equipe de cientistas marinhos da Virgínia, Flórida, Israel, do Aquário Nacional dos EUA e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA).

Essa substância não está presente somente nos protetores. Ela também pode ser encontrada nas fórmulas de batons, xampus e máscaras para cílios. O Havaí proibiu a venda de filtros solares com ingredientes nocivos. A proibição deve entrar em vigor em janeiro de 2021. Outros países como Palau, na Oceania, e em parte do México, também não é permitido o uso de protetores que contenham substâncias nocivas à vida marinha.

O que fazer para evitar isso?

Como grande parte dos produtos possuem este ingrediente em sua fórmula, a melhor solução para o consumidor é buscar as opções sustentáveis, já disponíveis no mercado.

Para saber quais são esses produtos, vale a pena pesquisar no banco de dados do Environmental Working Group’s (EWG). Trata-se de uma organização que tem como uma de suas atividades se dedicar à pesquisa de substâncias químicas nocivas para a saúde e para o meio ambiente. Aqui neste link https://www.ewg.org/sunscreen/ é possível encontrar os principais protetores avaliados por eles e comercializados pelo mundo.

Há quem prefira as opções brasileiras. A sugestão neste caso é optar por marcas veganas, que atendam as normas exigidas pela Anvisa. Nem sempre é fácil encontrar estes produtos, mas existem opções como a marca carioca Shock (https://valeushock.com.br/) e a catarinense Pure Sun (https://www.puresun.com.br/).

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