Num momento crucial para as ações climáticas globais, a COP 28, realizada em Dubai no final do ano passado, tornou-se central para discussões, metas e ações referentes ao clima. Além de líderes mundiais, representantes da sociedade civil, incluindo a indústria da moda, marcaram presença no evento.
O Instituto Fashion Revolution Brasil lançou recentemente a sexta edição do Índice de Transparência da Moda, uma análise do grau de transparência das principais marcas operando no Brasil.
A relação entre clima e pessoas, especialmente aquelas mais vulneráveis, é crucial, pois são as mais afetadas pelas mudanças climáticas. A transparência desempenha um papel fundamental no caminho para a sustentabilidade, pois o progresso só é possível com a clareza dos desafios.
Isabella Luglio, Coordenadora Educacional do Instituto, destaca que os dados do Índice de Transparência têm o potencial de catalisar soluções rumo à sustentabilidade e moda justa, provocando uma transformação sistêmica no setor.
Embora haja avanços, o relatório revela um comprometimento limitado das marcas na abordagem da crise climática, especialmente considerando eventos climáticos extremos em 2023 no Brasil. Embora mais marcas divulguem sua pegada de carbono, a falta de metas científicas de descarbonização é evidente: 98% das marcas não publicam metas tanto de curto quanto de longo prazo.
Apesar da perda crescente da biodiversidade brasileira, poucas marcas comunicam compromissos para o desmatamento zero e práticas de agricultura regenerativa. Roupas originadas de recursos naturais podem impactar negativamente a biodiversidade, especialmente em biomas como a Amazônia e o Cerrado. A falta de transparência em práticas agrícolas regenerativas (8%) e compromissos mensuráveis para o desmatamento zero (10%) levanta questionamentos sobre o real comprometimento da indústria.
Representantes do Fashion Revolution em Dubai destacam a necessidade de metas de descarbonização, transparência e pagamento justo dos trabalhadores. Relacionamentos transparentes com fornecedores são cruciais para planos robustos de descarbonização. A indústria da moda, ainda dependente de combustíveis fósseis, precisa de uma abordagem sistêmica, priorizando as pessoas e colaborando com organizações e setores diversos.
O Índice de Transparência emerge como uma ferramenta vital, fornecendo dados e informações para embasar ações concretas, fortalecendo organizações na COP 28 que buscam alinhar a moda às necessidades humanas e climáticas.
Com informações Vogue.