Como o brechó está sendo gentil com o planeta

(e tomara que essa moda pegue!)

Brechós são uma maneira divertida e fácil de montar um guarda-roupa consciente, sustentável e econômico sem sacrificar o estilo. Estima-se um crescimento de 34% desse mercado até 2024 bastante influenciado pela pandemia. Por outro lado, para muitas pessoas, ainda causa um certo desconforto saber que o defeitinho quase imperceptível daquela calça tão linda existe porque a peça vestiu outro corpo antes do nosso.

No entanto, roupas que não são mais usadas costumam parar onde não deveriam: no aterro, ao invés de um outro armário. Só no Brasil, estima-se que são geradas 170 mil toneladas de resíduos têxteis por ano, sendo que 80% delas vão parar nos lixões.

Mas, a primeira forma de praticar a sustentabilidade quando se fala em roupas é a parcimônia. Menos roupas significa menos produção de têxteis e tecidos que vão acabar em enormes pilhas em um aterro sanitário.

Tendências da moda podem ir e vir, muitas vezes rápido demais para o planeta, até porque, essa é uma indústria que tem relação direta com outros segmentos que, por sua vez, também têm seus impactos ao meio ambiente. Por exemplo, algodão e linho dependem da agricultura. O poliéster e outros tecidos sintéticos, envolvem petróleo. Roupas de couro, lã ou cashmere, pecuária. Vestuários com metais e pedrarias, mineração. Isso sem falar nas construções físicas e logística de transporte. Ou seja, a abrangência é ampla.

Moda vai e vem. O planeta, não.

No mar: nos oceanos, há muitas espécies de peixes, mamíferos e também… de tecidos, como o poliéster, que não se decompõem na água. Sem contar que, para produzir roupas, podem ser necessários muitos litros de água para até mesmo uma única camiseta. Ao produzir menos roupas, a qualidade de nossos oceanos e o uso de água podem ser conservados.

No ar: grandes fábricas em todo o mundo estão produzindo roupas em larga escala e isso provoca grande aumento na poluição do ar – só a indústria da moda é responsável por pelo menos 10% das emissões de carbono do mundo. A escolha por brechós ajuda reduzir a superprodução de roupas e ajuda a colocar um freio no conceito do “fast fashion”.

Na terra: mesmo antes que as roupas cheguem às prateleiras, 35% dos materiais usados ​​para criar essas peças – seja tecido cortado durante a criação ou resíduos de produtos que acabam sendo incinerados – acabam como lixo, ou melhor, nos aterros.

Em um brechó, sejam lojas físicas ou virtuais, dá para encontrar todos os tipos de marcas e estilos e, na maioria das vezes, com exclusividade de modelos. Para os chamados comparadores garimpeiros, que são aqueles que adoram as inúmeras combinações de estilo, ou para quem curte dar aquela “espiadinha sem compromisso”, a ida ao brechó cai como uma luva.

Os brechós nos permitem reciclar e reaproveitar roupas e só essa vantagem já é suficiente para superar seus estigmas. Vale a pena se juntar a essa pegada para descobrir outras formas, outros estilos, outras possibilidades. Afinal, se tem uma coisa que nunca vai sair de moda é o consumo consciente e fashion mesmo é cuidar do planeta!

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