5 gigantes da moda revelam suas metas ambiciosas de sustentabilidade

A pressão do público por uma indústria da moda mais sustentável nunca esteve tão alta. Consumidores, especialmente da geração Z, estão cada vez mais conscientes dos impactos ambientais e sociais causados pela produção e descarte de roupas e acessórios. Em resposta a essa demanda, grandes nomes do setor estão fazendo promessas audaciosas e firmando compromissos sérios para reduzir sua pegada ecológica e promover práticas mais éticas em toda a cadeia produtiva.

Neste post, vamos conhecer as metas de sustentabilidade de 5 gigantes da moda para os próximos anos e entender o que está por trás desse movimento. Adidas, Nike, Zara, Gap e H&M, marcas que dominam o mercado global, estão investindo pesado em iniciativas para se tornarem mais sustentáveis e transparentes, desde a escolha de matérias-primas até o fim da vida útil dos produtos.

Adidas: neutralidade climática até 2050

A marca alemã Adidas, uma das líderes em artigos esportivos, está determinada a alcançar a neutralidade climática em toda sua cadeia de produção até 2050. Para isso, estabeleceu metas ambiciosas de curto e médio prazo:

  • Reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 15% até 2025, tendo como base os níveis de 2017
  • Tornar 9 em cada 10 artigos sustentáveis até 2025, usando materiais reciclados e de menor impacto
  • Identificar e gerenciar ativamente questões de direitos humanos em suas fábricas e fornecedores

A Adidas também tem investido em inovação para criar produtos mais duráveis e com menor pegada de carbono, como os tênis feitos com plástico retirado dos oceanos em parceria com a Parley for the Oceans.

Nike: reciclagem e revenda em foco

Outra potência do setor esportivo, a norte-americana Nike, também assumiu compromissos importantes rumo à sustentabilidade. Até 2025, a empresa pretende:

  • Doar, reformar ou reciclar 10 vezes mais produtos usados ou defeituosos do que atualmente
  • Expandir o programa “Reuse-A-Shoe” de reciclagem de tênis para a China e outros mercados
  • Promover oficinas de reciclagem e fornecer conteúdos educativos sobre sustentabilidade para os consumidores
  • Aumentar significativamente o uso de materiais reciclados em seus produtos (hoje presentes em 78% do portfólio)

Um destaque é a plataforma “Nike Refurbished”, lançada recentemente para revender tênis usados que foram devolvidos por consumidores. A iniciativa promove a economia circular e o consumo consciente.

Zara: matérias-primas sustentáveis e redução de emissões

A Inditex, grupo espanhol dono da Zara e de outras redes de fast fashion, definiu uma série de metas ambientais para as próximas décadas, buscando reduzir os impactos de sua enorme escala produtiva:

  • Até 2025:
    • Obter 40% dos materiais têxteis a partir de reciclagem e 25% de agricultura sustentável
    • Reduzir o consumo de água em 25% em toda a cadeia de fornecimento
  • Até 2030:
    • Usar exclusivamente matérias-primas têxteis sustentáveis, com menor impacto ambiental
    • Proteger, restaurar e regenerar a biodiversidade em 5 milhões de hectares
    • Reduzir as emissões em mais de 50% ao longo do ciclo de vida dos produtos
  • Até 2040:
    • Reduzir a emissão de CO2 em pelo menos 90% em comparação com os níveis de 2018

Para cumprir esses objetivos, a Zara tem apostado em inovações como o tingimento a seco, que elimina o uso de água, e o rastreamento da cadeia produtiva por blockchain para garantir transparência e conformidade dos fornecedores.

Gap: rumo ao carbono zero e à circularidade

A varejista americana Gap, com quase US$ 15 bilhões de receita em 2023, também se comprometeu com metas ousadas de sustentabilidade para as próximas décadas:

  • Atingir a neutralidade de carbono (emissões líquidas zero) até 2050 em todas as operações
  • Gerar mais água do que a quantidade consumida em sua cadeia produtiva até 2050
  • Eliminar completamente o uso de plásticos virgens (não reciclados) em produtos e embalagens
  • Promover ativamente a economia circular, facilitando reparos, revenda e reciclagem das peças
  • Usar 100% de energia renovável em todas as operações globais até 2030

Para isso, a Gap tem investido em materiais de baixo impacto, como algodão orgânico e poliéster reciclado, além de estabelecer parcerias para desenvolver soluções inovadoras de embalagem e logística reversa.

H&M: 100% reciclado e renovável até 2040

A H&M, gigante sueca do fast fashion que chega ao Brasil em 2025, também assumiu uma série de compromissos públicos para se tornar mais sustentável:

  • Até 2030: Usar apenas materiais reciclados ou de fontes sustentáveis em todas as coleções
  • Até 2040: Transição para eletricidade 100% renovável e redução drástica das emissões de gases estufa
  • Até 2025: Reduzir o uso de plástico virgem em 25%, substituindo por alternativas recicláveis ou biodegradáveis
  • Até 2030: Tornar todas as embalagens reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis

A empresa tem apostado em parcerias com startups e centros de pesquisa para desenvolver novas fibras sustentáveis, como a Circulose (feita a partir de resíduos têxteis) e a BLOOM (espuma de algas para substituir o poliuretano).

Sustentabilidade: mais que uma tendência, uma estratégia de negócios

Mais do que uma preocupação genuína com o meio ambiente, investir em sustentabilidade se tornou uma estratégia essencial para a imagem e a competitividade das marcas de moda.

Pesquisas recentes mostram que consumidores, especialmente os mais jovens, estão dispostos a abandonar empresas que não demonstram responsabilidade socioambiental. Selos e reconhecimentos por práticas sustentáveis viraram um diferencial importante na hora de escolher uma marca.

Não à toa, gigantes do setor estão correndo para mostrar seu compromisso com o planeta e com condições dignas de trabalho em suas cadeias produtivas. Resta saber se conseguirão cumprir as metas anunciadas e gerar um impacto positivo real, ou se ficará apenas no discurso.

O movimento rumo à sustentabilidade na moda é irreversível e tende a se intensificar nos próximos anos. Marcas que não se adaptarem correm o risco de perder

Fonte: Metrópoles

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